Generations. By: Emme Mary
Posted in OriginaisCapítulo 1-
Hanna Elen’s POV
Poucos dias se passaram desde o amanhecer, mas tudo ainda está escuro. O amanhecer é a temporada do “dia” bom... Acho melhor explicar aos poucos. Meu nome é Hanna, tenho 12 anos sou filha da geração Elen (considerada a maior família da floresta de leite, com 90 membros), sou a responsável pela ordem. Há três grupos: Ordem, proteção e crescimento.
- Ei você... Quem é?- tudo se manteve em silêncio. - Oi, está acordada? Não deveria ficar na beira do rio, há muitas sereias... – exclamei à garota quieta. Ainda sem resposta respirei fundo como se fosse fazer outra pergunta.
– Sou, sou Sra. Culty. Tenho dois milênios e amo ameixas – Gargalhei ao ouvir sua voz baixa e formal.
– Prazer geração Culty, pensei que estivessem mortos... Bom, um é melhor que nada. Quer vir comigo? Temos água limpa e comida boa... – Retirei o casaco de pele negro que vestia e estendi para Culty, de longos cabelos castanhos, pele morena e uma expressão tão formal quanto sua linguagem.
- Vamos? – tentei insistir delicadamente sentando ao seu lado e encarando a água azul quase transparente – Sou... Sou... O que huum disseram que... Eu sou... – repeti devagar dando pausas a cada palavra
– Sim, sim... – murmurou um pouco impaciente já se levantando- Ah! Sim, sim, irei com você – falou a Culty se apoiando em mim, pelo fato de que sou muito baixa. Saímos lentamente da beirada do rio com bastante dificuldades passamos pelas pedras grandes e pontiagudas que cercavam a grade tão bem estruturada da geração Elen, todos pararam o que faziam para olhar para nos olhar. Mais precisamente para Culty ,que invadiu o território inimigo. Bom, era notável a diferença entre os Culty’s e os Elen’s , os Elen’s eram brancos e de olhos negros penetrantes com longos cabelos loiros. Já os Culty’s tinham belos olhos castanhos pele morena e cabelos cacheados negros. Ao nos aproximarmos da cabana central, todos pareciam impressionados com a ousadia da Culty.
3º POV
- Vamos – Hanna falou abrindo uma pequena porta de madeira que rangia muito.
- Sim, sim. – respondeu Culty, já entrando e se deparando com cinco homens altos que acenaram com a cabeça suavemente dando um conforto à alta e desajeitada garota de aparência jovem.
- Vai lá, queridinha – falou um dois homens apontando para outra porta.
- Vamos? – perguntou Hanna segurando em seu braço – Minha Irmã esta lá dentro, ela vai saber se você pode ou não ficar na nossa geração.
A Culty abriu espaço entre os homens, que em um cochicho baixo foram chamados de primos por Hanna, a porta estava só encostada ,e de fora podia se ver uma figura magra e esbelta com uma postura de provavelmente 18 anos que encarava um quadro de uma garota deitada .
- Vamos - Hanna berrou no ouvido da Culty fazendo a moça magra de dentro da sala se virar para elas.
- Sim linda, você pode parar de gritar – Culty falou nervosa sem nem notar a porta sendo aberta pela parte de dentro.
- Olá - uma alta e doce voz soou de dentro do quarto, as duas viraram rapidamente. Hanna foi a primeira a entrar, saltitante cantarolava uma musica infantil, assim que Culty entrou no quarto a porta se fechou pelo lado de fora. O silêncio pairava até a mulher começar a falar alto.
- Oi, sou Elen mas pode me chamar de . Seu nome é Culty Hilt, tem 17 ‘anos’, bom ... O que você quer aqui?- falou olhando para o quadro novamente;
- Oi? Bom, eu não sei .- começou a olhar para Hanna que fez cara de santa – Por que fui arranjar uma irmã tão estúpida e bobinha? O que foi que você fez? - respondeu sua própria pergunta depois de alguns segundos.
- Ela não sabia para onde ir e você achou boa idéia que ela comesse e bebesse um pouco, e então a convidou para vir até aqui, não é? – Hanna fez que sim com a cabeça ao notar que os poderes da Irmã tinham se manifestado novamente. – Ok, o que eu devo fazer? Melhor ainda, como eu posso voltar para a floresta? – falou virando-se para a porta.
- Não! - berrou , agora sabia de quem Hanna puxara o grito irritante. - Cada vez que ela traz alguém este alguém tem de ficar – deu um berro agudo e sem fôlego.
- Como assim? Não da não! Prefiro ficar sozinha a ficar aqui, vou enlouquecer... - falou continuamente mas nem Hanna ou a ouviam.
Capítulo 2-
Culty's POV
Depois de um longo tempo conversando com Hanna (a bebê com inteligência de uma mulher de 20 anos), e (a jovem mística e mandona que tem poderes nada limitados rs), nós três podemos dizer que ficamos íntimas. Já se passaram quatro dias que estou na geração Elen, posso dizer que tem sido bom, as pessoas continuam me olhando torto, mas todos respeitam a líder que é a . Por aqui ela é chamada de 1ª Elen, as crianças a chamam de tia . Todos têm suas funções e trabalham juntos, nunca tinha trabalhado então Hanna fez com que todos soubessem que eu sou novata gritando isso para vários garotos de 19 anos que provavelmente me acham um fardo. Sou responsável pelo crescimento, pois ninguém confia em mim para a proteção e não sirvo para a ordem.
- Olá lindaaaaaa! – exclamou Hanna - Vem pescar comigo e , e claro, os seguranças dela – ria baixinho esperando que David e Jonatas não a ouvissem.
- Não fala assim deles eles são meus amigos - berrou fazendo cara de santa, mas todos sabem que eles gostavam dela. Bom, quem não se apaixonaria por aqueles olhos negros rosto delicado e muito branco e para completar, longos cabelos loiros e lisos.
- Vamos garotas - sussurrou David.
- Espera um segundo – falei tentando me apressar, ainda tinha que pegar meu arco e flecha que ganhei de .
- Anda, anda e anda - Jonatas foi me arrastando até perto do portão, sua mão na minha cintura fez com que Hanna não resistisse.
- Uhum... Jonatas e ein... - todos começaram a rir menos eu.
- Ai ai, não sei se posso abrir mão do meu segurança amiga. - falou ainda rindo muito.
- Vamos, temos muito a caminhar - interrompeu David. Andamos por alguns segundos até chegarmos na beirada do rio, conseguimos ouvir as sereias fugindo ao nos aproximarmos, mas quando chegamos mais perto vimos que um homem alto e moreno de jaqueta de couro ainda estava em pé. Parecia esperar algo.
- Olá - disse David se aproximando do homem.
- Olá, meu nome é Louis - eles se cumprimentaram formalmente.
- Você é um viajante ou um caça-recompensas?- perguntou David fazendo cara de mau.
- Não, não. Sou do bando do leste, vim com meus irmãos - todas nos espantamos ao notar o que isso significava.
- Lobos na nossa floresta, devemos avisar aos outros. - sussurrou Hanna .Eles costumam ser agressivos e podem atacar em noite de lua cheia, assim como as sereias, tem dias que elas conversam com você e em outros cantam para você e te levam para o abismo. Ouvi Louis dizer que estava procurando uma mulher de belos cabelos castanhos que estava perdida, me assustei ao notar que esta mulher descrita por ele poderia ser eu, Hanna e , também notaram a coincidência infeliz .
- , vai junto com a Hanna para longe daqui - sussurrou dando uma de mãe.
- Não é não, ela tem que fugir e eu temos que avisar ao povo. Tem diferença, ok? – falou à Hanna como uma perita.
- Chega, eu fico aqui - dei uma de criança birrenta.
- O que as damas estão falando? – um homem falou atrás da gente. Nos viramos rapidamente, um homem alto moreno sem camisa nos encarava e logo atrás dele outros dois.
- Olá lindas, como se chamam? – falou um dos caras.
- Eu sou Eliana e esta é Carla. - falou apontando para mim e então continuou - E esta é Laila. - falou apontando para Hanna, na hora não entendemos mas depois tudo ficou claro, ela não queria que eles soubessem que eu era a novata e que ela era a líder.
- Minha linda, vai agora – falou entre os dentes. - Ok, quando eu falar já – disse . Hanna fez que sim com a cabeça – Já! – disse euforica. Hanna correu rapidamente em direção a parte mais fechada da floresta mas antes que se perdesse na mesma um dos homens foi atrás dela, gritou para Hanna – RÁPIDO! – antes de ser segurada pelo segundo brutamonte que tapou sua boca.
- Oi ,oi ,oi, não é necessário tudo isso sou pacífica - ele riu baixo ao ver que me entreguei a seus braços que era bem fortes e definidos por sinal. (n/a: Idiota, como assim? Suas amigas lutando e você se entrega assim. AAAAH)
Depois de algumas horas sendo carregada nas costas pelos brutamontes eu e , fomos jogadas na beira de uma árvore, já estava noite e o acampamento deles estava montado. David e Jonatas ainda tentavam brigar contra as cordas, eles eram cerca de 15 homens e 4 mulheres, quase não se comunicavam . a noite estava fria e chuvosa mas eles pareciam não sentir frio , tremia de frio, eu retirei meu casaco que havia ganhado de Hanna e pus sobre suas costas. Notei que ela estava mais pálida que o normal.
- Você está bem? – ela não conseguia falar, seus lábios vermelhos e carnudos se transformaram num tom de roxo sem vida. – Socorro! Ela esta com febre!! - gritei alto, um dos homens se levantou e foi ate nós.
- Olá, sou Max. O que ela está sentindo? - ele perguntava sereno, sem medo.
- Não fale com elas - ouvi o Louis dizer agressivo.
- Ela está doente e não vai servir doente, né? - ele vez careta para mim enquanto tentava negociar nossa saúde.
- Não temos médicos e nada pra tratá-las - disse Louis sem nem nos olhar. Ele estava sentado no chão comendo uma coxa de frango, a fogueira para nada servia, a comida estava sendo feita em uma das cab por uma das garotas, a que parecia ser a mais velha, e nenhum deles parecia precisar dela para se esquentar. continuava tremendo.
- Por favor – exclamei bem baixinho para Max.
-Ok. Posso levá-las para a minha cabana? - Max perguntou alto mas sem resposta .
- Faça o que quiser... Menos a morena. - pela primeira vez ele se virou para mim, - Está fica na minha cabana - senti meu corpo tremer, um arrepio subiu pela minha espinha, meu coração disparou.
- Ok, estou indo - falou Max pegando no colo com toda a delicadeza que conseguiu. David relutou contra a ideia, mas estava amarado e não tinha escolha, Jonatas fez cara de raiva.
- Hey Lessa, pode levar os prisioneiros para a cabana do Rick. - Louis gritou para a garota que trazia a comida e ela respondeu positivamente com a cabeça.
- Boa noite gente - falou um deles ao se levantar. Depois de umas horas a garota veio e retirou as cordas de David e Jonatas e os levou para a barraca dos fundos, a chuva começou a cair e agora eu estava sem casaco, meu vestido marrom deixava uma leve transparência por causa da água. Todos já tinham ido para suas tendas e a fogueira já tinha se apagado, Louis ficou parado vendo a chuva cair, depois de alguns segundos ele se lembrou de mim e veio me buscar.
- Vamos - falou seco e frio.
- Acho que prefiro a chuva, ela está tão boa – ele ficou parado.
- Se ficar muito tempo nela vai pegar um resfriado e ficar igual a sua amiga, . – como ele sabia meu nome? Tínhamos dado nomes falsos.
Meus olhos viraram no nada ao o ouvir.
- Como? - perguntei tentando disfarçar
- - ele repetiu soletrando letra por letra - É você, EU SEI! - meu corpo gelou mais uma vez - Mas... Vamos sair da chuva. - segurou meu braço até que eu estivesse completamente em pé, foi me arrastando até chegarmos na porta da cabana, ele abriu a “porta” - Entre ai. - falou me empurrando lentamente para dentro -Pode ficar com o colchonete, eu vou sair – falou já saindo.
- Eu, eu posso fugir – falei rápido.
- Pode? - ele recuou e voltou-se para mim - Tem toalhas secas e limpas roupas, elas são femininas - falou pausadamente rindo baixo.
- Como arranjou roupas femininas? Por acaso são suas – perguntei colocando mão na cintura fazendo pose. Ele gargalhou e não pude conter o riso que saiu naturalmente.
- Você deveria parar de me fazer rir, posso morrer disto - ele falou como se me conhecesse de anos. Louis se virou para ir embora, depois de muito vigiar a porta decidi me trocar, peguei a mala e dentro tinha uma causa jeans masculina um short, três blusas regatas e no fundo da mala um vestido preto de renda completamente lindo e longo, tomara que caia. Peguei o vestido e joguei a bolsa longe, todas as roupas de dentro dela caíram e também umas peças de roupas que eu não tinha visto uma bota feminina e dois vestidos mais simples, um amarelo ouro e o outro azul claro. Ainda admirada pelo belo vestido preto notei que não o usaria para dormir enquanto era prisioneira. Vesti o que mais me foi confortável, neste caso foi o amarelo.
Deitei no colchonete que não era muito confortável, mas ainda era melhor do que o relento. Já se passara uma hora desde que estava tentando dormir quando ouvi Louis entrar nas pontas dos pés, ele recolheu as roupas que eu havia deixado pelo chão, dobrou uma por uma e trocou de roupa, tentei me manter calada e esperar que ele não notasse que eu ainda estava acordada, ele deitou no chão ao meu lado. Louis não parecia sentir frio apesar do tempo tempestuoso clima, ele logo dormiu em um sono pesado e tranquilo, esperei alguns segundos e levantei-me, retirei as cobertas e o cobri, ele logo se enrolou nas cobertas.
Levantei e sai lentamente do acampamento, todos os “guardas” estavam dormindo, entrei na cabana que me lembrava ser de Max que estava com . Eles estavam dormindo, acordei lentamente que ainda estava fraca. Saímos juntas em busca dos garotos, logo os encontramos e saímos.
Capítulo 3-
Culty's POV
Estávamos todos indo juntos pela floresta , demorou umas duas horas para chegarmos perto do acampamento. Ao chegarmos ao portão, não tinha ninguém vigiando os murros, estavam abertos. Ao entrarmos vimos tudo destruído, varias cabanas queimadas e algumas ainda queimando. Corremos para procurar as pessoas, mas estavam todos mortos, fomos em direção a cabana central, a mais protegida. Ao entrarmos, Hanna estava desmaiada e muito ferida no chão, todas as crianças de 1 até 14 anos estavam ali. Muitas das crianças choravam auto e o desespero tomou conta de todos. caiu ao choro, David e Jonatas foram acolhendo as crianças menores, e eu fui ver como Hanna estava. Tínhamos fugido de uma desgraça para cair em outra.
Depois de alguns segundos de choque, levantou-se do chão, seus olhos negros passaram rapidamente para um tom de branco acinzentado. Ao olhar melhor para seu rosto sem expressão, era possível ver sua raiva fluir, seus cabelos loiros quase brancos escorregavam sobre seus olhos ainda molhados das lagrimas.
- Isso não vai ficar assim, vai ter volta suas bruxas malditas – gritou com toda sua força. Com seus poderes ela pôde saber quem havia feito tudo aquilo.
- Amiga não... Amiga - segurei em seus braços e falei bem calma. Em seus olhos pude ver o que ela estava vendo. Vi as bruxas chegarem e senti cada morte como se fosse comigo. – A culpa é sua, a culpa é sua, não me chame de amiga! – , gritou e me empurrou para o chão. Sua dor era visível e a minha também, ela era a única pessoa que eu confiava e saber que eu tinha feito isso com ela era terrível. Levantei-me devagar tentando não chamar atenção, saí da cabana e fui em direção aos muros. Tinha nas mãos uma bolsa com duas garrafas de água, dois vestidos que tinha roubado de Louis e meu arco e flecha. Fui até o rio, para me banhar e se possível conversar com as sereias. Ao chegar como sempre, as sereias correram de mim. Deixei minhas coisas nas pedras e mergulhei com meu vestido amarelo.
Senti a água gelada me envolver, meus olhos fechados que não queriam sair da água se abriram. Meus reflexos me fizeram sair da água ao ver uma sereia frente a frente.
- Ai, ai. – saiu de minha boca sem que eu nota-se, meu peito doía do susto que tinha levado.
- Oi, qual é o seu nome?- perguntou a sereia se aproximando de mim.
- Bom, chame-me de , e o seu?-falei recoando para as pedras, concordo que tive medo de ela me arrastar para dentro da água, mas não tinha nada a perder, era só uma garota que não tinha um passado.
- Sou Safira. – ela falou jogando seus cabelos negros e pesados para trás dos ombros. Ela se aproximou mais um pouco de mim, já estávamos a menos de meio metro de distância. - Você é tão bonita, até parece uma sereia. Quer conversar?- fez cara de carente enquanto passava a mão em meus cabelos.
- Bem, acho melhor eu ir. – falei me levantando das pedras, sereias AMAM carinho e elogios, elas estão sempre à procura de atenção. Eu não sou assim não gosto de contado, muito menos deste tipo de aproximação extrema. – OK. Você também é linda, muito linda – falei já bem distante dela.
- Você não quer saber das mulheres que te procuravam? Nem do homem que se dizia ser seu amigo?- ela estava gritando, mesmo eu não estando tão distante dela assim
- Ok, acho que quero saber... – falei incentivando-a
- Bom, o homem era o que eu vi te levar junto com seus amigos, ele até que é bem bonitinho - é eu concordo, mas não falarei isso em voz alta nunca.
- Ok. Continua não perde o foco.
- Ata. Ele te procurou dois dias após você ser lavada por aquele povo da geração Elen, ô povo chato – ai ela não consegue manter o foco no que eu quero saber.
- Tá, tá, e as mulheres?- falei já com medo do que ela falaria – Ah sim, elas disseram que te deixariam um presente na geração Elen - meu coração gelou e não consegui me manter em pé- Falaram o que mais?
- Ah não, eu só falo se me deixar te abraçar – fez cara de santa, mais ela é uma sereia e não posso confiar.
- Ok. Fala primeiro - ela não acreditou
- Ata, você é como os outros, não confiam que posso ter sentimentos - tive que ceder aquelas palavras, mas por segurança peguei uma pedra pontiaguda como uma faca e cortante.
- Tá bom – fui andando devagar até a parte mais funda da água. Ela me esperava de braços abertos. - Pronto – falei de frente para ela, ela me agarrou pelos braços e logo se agarrou em meus cabelos longos, lentamente foi me afundando. Peguei a pedra, mas nada me soltava dela então passei a pedra em meus cabelos que se cortaram e me deixaram livres do ataque da sereia. Nadei o mais rápido que pude e consegui sair. Passei a mão sobre meus cabelos que estavam repicados na altura do pescoço.
- Bom, acho que você merece, elas, as mulheres, querem você viva e acho que elas te odeiam - falou de costas antes que pulasse de volta para o fundo do rio. Senti uma leve dor no rosto, ao passar a mão pelo mesmo, um fio de sangue desceu rápido pelo meu dedo, meu corpo tremeu e me senti fraca demais para sair em “viagem de férias”, então troquei de roupa, coloquei o vestido azul, rasguei o vestido amarelo e amarrei uma tira no meu cabelo extracurto. Peguei as minhas coisas e sai de beirada do rio em direção a onde conseguia me levar, caminhei até uma pequena caverna “seria um bom lugar para passar a noite”, pensei alto.
Deixei minhas coisas na caverna e sai ainda tonta à procura de comida. Subi na árvore mais alta que encontrei, apontei meu arco para um passarinho que estava na árvore ao lado. Não tive coragem de atirar então depois de um tempo desci da arvore e fui procurar frutas, encontrei algumas, levei-as para a caverna.
- Olá – ouvi esta voz familiar atrás de mim, me virei e lá estava Louis me encarando
- Eu acho que isso cansa, você deveria parar. – falei largando as frutas e apontando meu arco para ele que deu de ombros.
- Você não faria isso com seu namorado, né? – ele falou indo em minha direção
- Que? Você? Eu... E... Você? – gaguejei. A flecha se soltou da minha mão e passou de raspão no braço de Louis
- Ai, você não quis fazer isso não né? – ele apertou o braço enquanto o sangue escorria dele
- Ai me deixa ver isso, ai desculpaaaaa- falei indo em sua direção, ele me observou enquanto eu olhava o braço dele. - Espera ai que eu posso resolver – peguei dentro da bolsa o vestido amarelo rasgado, ele começou a rir.
- Bom, você não para quieta já rasgou o vestido – peguei e rasguei mais um pedaço do vestido e amarrei o no braço dele que não fez cara de dor, nem sequer reclamou
- Fica quieto e me diz o que você quer aqui? – estava cansada e machucada, ainda não sabia o que acontecera no meu passado.
- Você é Hilt, tem 17 anos, gosta de ameixa, sua cor favorita é azul, você ama vestidos e roupas pretas, é viciada por perigos. Bom, foi assim que você me conheceu. Acho que já chega – ele falou já cansado
- Como assim? Você não falou nada, continua! - ele já estava cansado e sozinho, então aproveitei para saber mais sobre mim.
- O que aconteceu com seu cabelo? Concordo que ficou lindo, mais é estranho. Você odeia ou pelo menos odiava cabelo curto. – ele tentou desviar de assunto mais uma vez
- Bom tive que lutar contra uma sereia, ou eu cortava ou morria. – eu estava falando sério, mas meu tom de brincadeira não deixava isso a vista
- Ah tá, acho melhor a princessinha ajeitar o corte, está um pouco torto – dei ombros, não me interessava o estado do meu cabelo, só queria saber como me manter viva. - Deixe-me ver, posso fazer isso. - ele falou mexendo suavemente em meus cabelos cacheados.
- Tá, tá – disse tentando afastar sua mão do meu corpo, não gosto muito de “contato”. - Pegue um pano, uma faca e se possível molhe o cabelo - falou sentando-se no chão, tive receio ao entregar a faca, mas confiei .
- Ok – sentei-me ao chão à sua frente
- Levante a cabeça e fique parada – virei a cabeça para tentar entender porque demorava tanto. Ele repetiu - Parada - enquanto virava minha cabeça de volta e ajeitava meu cabelo
- Como você sabia que eu estava aqui?- perguntei ainda imóvel
- Bom, fui à cabana da geração Elen e não tinha ninguém então deduzi que pudesse ter sido capturada e o caminho mais rápido para qualquer lugar é a beira do rio. - e ele tinha razão, só que uma coisa me intrigou. Como poderia não ter ninguém na geração Elen, se , Hanna e os garotas estavam lá?
- Como assim ninguém?- perguntei meio pasma.
- Não tendo nenhuma alma viva – ele explicou ironicamente
- Não, não, você está errado, meus amigos estão lá – ele repetiu
- Não tinha ninguém lá – senti meu sangue fervilhar
- Onde estão os meus amigos? Onde eles estão?- me virei para ele e o puxei pelo pescoço.
- Acho que eles foram embora, sei lá – falou ele.
- Eu sei que eles não iriam embora, quem estava atrás de mim? Quem são as mulheres que estavam atrás de mim? – ele parecia assustado.
- São bruxas, mas elas não poderiam... - ele parou por alguns segundos – Ah deixa eles nem são seus amigos mesmo. - as palavras dele me assustaram
- Como assim? –levantei-me o mais rápido que pude, peguei minhas coisas e sai carregando minha mochila, meu arco e flecha e uma maça.
- Espera, eu não tenho nada a ver com o desaparecimento dos seus amigos. Eu vou com você – ele falou se levantando também.
- Eles não desapareceram e sim foram sequestrados – falei e logo após mordi a maça
- Ok. Eu te ajudo a achá-los – ele bem que tentou, mas eu não conseguia mais confiar nele.
- Você tem uma matilha para cuidar ou sei lá como se chama seu grupo de lobinhos – falei estressada e tentando convencê-lo a não me seguir.
- Por isso mesmo, tenho um GRUPO de homens bem fortes que pode te ajudar a entrar no território inimigo. Ah, e só para esclarecer não somos “lobinhos”, somos uma mutação genética avançada que muda de forma variando entre lobos e homens. Nossos ancestrais escolheram a forma lupina e aqui estamos nós. - ele estava certo, mas não podia arriscar perder mais pessoas ou lobos por minha causa.
- Não, vou sozinha. Não posso arriscar. - ele pareceu convencido com a minha ideia até começar a falar outra vez.
- Ah tá, você sozinha vai morrer rapidinho, nem pensar – respondeu.
- Sei me virar, tenho um arco e posso me defender muito bem. - falei
- Ok. Você sabe... Então me detenha – falou. Virei em direção à trilha, ouvi um grito vindo dele, me virei de volta, seu corpo retorcido, sua pele se esticando, senti a dor que ele parecia senti. – Você está bem? Você... Está se transformando – senti meu sangue esquentar ao ver o fim da mutação, ele rosnou para mim.
Capítulo 4-
Culty's POV
Meu corpo tremia meu coração acelerou cada vez mais. Um grito apavorado saiu da minha boca. Ele veio em minha direção lentamente me rodeando. Peguei minha flecha, ele pareceu não ligar para minha ameaça.
- Tenho um arco e vou usá-lo – falei erguendo o arco e em seguida pondo-o em posição. Ele rosnou mais alto ainda e pulou em cima de mim. Segurei seu pescoço tentando afastar-me de suas tentativas de me morder. Senti uma força nascer de mim, meu coração se estabilizou e pude me acalmar em quanto esperava outro ataque feroz do meu então “namorado”. No seu ultimo ataque minhas coisas tinham sido dispensadas, junto com tudo isso tinha ido também meu arco e flecha. Ergui os punhos de forma desajeitada.
- Anda, isso é tudo? Isso é tudo lobinho?- gritei tentando chamar sua atenção. Ele correu em minha direção. Senti meus punhos queimarem um pouco antes do seu ataque, fechei meus olhos com força como se pudesse voar. Depois de alguns segundos abri meus olhos, Louis estava desmaiado à alguns metros de mim, tinha duas marcas no peito, cheguei mais perto e pude notar que batiam exatamente com as do meu punho fechado. Tentei arrastá-lo para um lugar seguro, mas seu corpo era muito pesado e estava muito cansada. Acendi uma pequena fogueira e me mantive em alerta, tinha uma matilha furiosa atrás de mim. E se vicem o líder deles, o mais forte, caído no chão, eles me matariam. Era bem frio na floresta, mal conseguia respirar, minhas mãos quase congelaram mesmo perto da fogueira. Depois de umas duas ou três horas Louis acordou rapidamente como se tivesse levado um susto.
- Meu Deus, Meu... DEUS – ele gritou, parecia assustado e extremamente machucado
- Fica calmo, você está seguro. Eu estou aqui – falei ironizando
- Você me bateu... Como você conseguiu? Sou o mais forte do clã e também da região oeste toda – ele parecia assustado
- Bom, foi simples, eu estendi os braços –tentei lembrar o que aconteceu mais não consegui - e depois foi isso.
- Ei, não conta isso para ninguém, muito menos para o meu clã OK? –ele estava falando serio, mas isso parecia muito engraçado comecei a rir.
- Tá rindo né? É porque não sabe como isso pode acabar com a minha reputação.
- Ah, para com isso. Você consegue voltar para seu clã? – já estava tarde e precisava ir atrás dos meus amigos, não podia ficar ali cuidando dele
- Não, eu vou com você. Você precisa de alguém para farejar, não da pra ficar sozinha, e sem ninguém para indicar para onde é o acampamento deles, você nunca irá acha-los certo?- ele tem razão
- Bom, você consegue ficar sem morrer? – minhas palavras eram boas apesar da ironia.
- Não brinca não, garota. – ele falou segurando em minha cintura e piscando tentando fazer cara de galã de novela. Ri baixinho enquanto ele me abraçava.
- Ai, você ainda é a mesma – mais uma gargalhada saiu entre o nosso abraço.
- Bom, vamos. Não temos tempo. - falei já me levantando e pegando as minhas coisas.
- Sim, sim.- ele não tinha nada a não ser uma camiseta preta , uma causa jeans e um tênis, então ele só se levantou e apagou a fogueira
Estávamos andando já fazia umas quatro horas, minhas pernas doíam, mas sei que não posso desistir. Louis estava completamente bem, parecia que tinha acabado de acordar. Ele parou no meio do caminho, senti que algo estava errado.
- O que foi?- tentei entender.
- Eles, ou melhor, elas estão aqui. Seus amigos... Olha – ele falou apontando para a floresta .
- Não consigo ver nada, não tem nada.- não sei se ele estava usando uma supervisão ou eu que estava cega, não tinha nada a nossa frente .
- Está ali , olha ali – ele repetiu, mas eu não conseguia ver nada além da floresta.
- Vamos, deixa que eu te guio, eles devem ter um feitiço que impede outras bruxas a vê-las – ele falou como se soubesse de tudo
- Como assim? Eu não sou uma bruxa, não sou maligna nem nada assim – ele estava me comparando com uma bruxa e isso era impossível.
Capítulo 5-
Louis POV
O acampamento estava diante de nossos olhos, parecia não ver, tive que levá-la até uma parte do acampamento, onde era seguro. Farejei a amiga dela, a tal de . O acampamento era quase como uma fortaleza. Com poucos vigias eles podiam se manter seguros. Todas belas mulheres, com seus vestidos negros como a noite, mais nada se comparava a beleza tímida de .
- Oi, oi – ouvi um sussurro a alguns metros ou quilômetros de mim. Depois de alguns segundos tentando analisar de onde vinha, pude ver a garotinha da geração Elen, que estava abaixada dentro dos canos na parede há um quilometro de mim. Me arrastei lentamente tentando não chamar atenção
- Estão todos ai ? – perguntei à garota que logo que me aproximei pulou no meu colo.
- Não, a maioria foi levada à seleção. Todos que vão não voltam. – ela estava extremamente assustada e muito machucada.
- Bom, qual é o numero total de vocês agora? – acho que fui um pouco agressivo com a pequena garota assustada, mas o que está feito, está feito.
- Acho... Acho... Que só tem eu, , que eu não sei onde está , Jonatas e David.- entre as palavras, um soluço surgiu acompanhado por uma lágrima. Abracei-a forte.
- Fica calma, sua irmã já esta com a em um lugar protegido. Agora pare de chorar e me ajude a encontrar os dois garotos gêmeos. - ela não pareceu mais aliviada, mas pelo menos parou de chorar.
- Você esta falando de Jonatas e David? – ela abriu um sorriso ao saber que era útil
- Sim... Onde eles estão?- perguntei ainda com a pequena no colo
- Estão no fim do esgoto, na cela à direita – ela fez uma carinha de que não ia voltar para o esgoto enquanto apontava para o cano de onde saíra.
- Eu não consigo entrar – eu falei empurrando-a para dentro. Não queria ficar cheirando a esgoto. Depois de alguns segundos ela voltou junto com os dois garotos. Levei todos para um lugar seguro. Ao chegar ao lugar marcado com , ela não estava lá, apenas
- Ei, garota onde esta a ?- perguntei a , que fez que não sabia com a cabeça.- Bom, vão para o oeste e falem que o Louis esta os mandando. Ok? – fez que sim com a cabeça como se não pudesse negar. Vi quando todos foram pela floresta.
's POV
Já estava sendo arrastada para uma sala completamente estranha.
- Vamos, quero saber quem eu sou e o que vocês sabem... - me soltaram ao sinal de uma mulher de estatura média e que por sinal era muito parecida comigo.
- Olá, filha. Como está passando? Cansou de fugir ou ficou com medo que eu matasse aqueles Elen’s miseráveis... Ein? – ela falava tranquila a parte da FILHA. Isso era impossível – Ein? Não gosto que me ignorem... FILHA – ela gritou a ultima palavra como se eu estivesse dormindo
- Não sei quem eu sou, muito menos quem devo ser, então para sua louca, eu só quero saber quem eu sou – gritei mais alto que ela que pareceu não se assustar, ouvi ela sussurar para uma Hilt feiticeira
- Teste sua mente, quero saber se isso é verdade... – a segunda mulher se aproximou lentamente de mim. Depois pôs suas mãos em minha cabeça
- Ela não sabe mesmo. Mas posso restaurar sua memória.- falou lenta e pausadamente
- Faça – a mulher que se dizia minha mãe falou fria.
- Só vai doer um pouquinho- disse ela. Senti todas as minhas memórias aparecerem como uma enxurrada que se acumulava em minha cabeça. Meus pensamentos se embaralhavam com pequenos trechos de memória. Senti meu coração parar junto com a dor, meu corpo fraco não conseguiu se manter de pé. Desmaiei.
Capítulo 6- Cap 6-
's POV.
Acordei rápido e logo me levantei, estava deitada em uma cama de casal com lençóis de seda macia. Estava em um quarto completamente lindo, saí do quarto e fui procurar Louis, agora eu me lembrava bem de como o conheci e como ele era maravilhoso comigo. Só queria abraça-lo e fugir junto com ele. Encontrei uma porta no fim do corredor ela estava entreaberta, a abri lentamente. Mas antes que eu passasse por ela ouvi a voz da minha mãe não tão querida .
– Ela é a herdeira do trono e tem que ficar aqui, se não ela perde os poderes e a juventude também. – tremi ao ouvi minha mãe falar, ela nem percebeu que eu estava ouvindo feito uma enxerida do outro lado da porta.
- Quanto tempo ainda temos até o seu fim? - ouvi outra mulher que falava com minha mãe.
– Temos 2 dias até a transformação final. Ela está completa – sem querer me apoiei demais na porta que se abriu e eu cai dentro da sala, todos me olhavam assustados. Senti-me envergonhada demais para levantar do chão. – Olá, como estão?-perguntei ainda deitada de cara no chão. Minha mãe fez cara de reprovação enquanto a mulher tentava me erguer do chão.
- Estou bem, você deveria estar dormindo. Agora volte para o seu quarto. - sua voz alta estava triste e chorosa.
- Você vai morrer?- fui direta e cruel
- Sim, provavelmente amanhã - a mulher se meteu no assunto e me respondeu rápida.
- Ok, não era necessário. Eu podia falar para ela. - minha mãe falou antes de sentar na cadeira atrás da mesa. Ela pegou pequenos dados e ficou jogando-os para o alto, eles sempre paravam no mesmo lugar, um perto dela e outro rolava até mim. O que ficava perto dela mostrava o numero 2 e o que ficava perto de mim mostrava o lado vazio. Eu fui para o lado da minha mãe e quando ela tacou novamente o dado eles se alinharam em nossa direção com os mesmos números. Já não aguentava mais, peguei os dados. Eles se chacoalharam na minha mão, me assustei e os larguei. Eles flutuaram por alguns segundos até minha mãe os pegar no ar.
– Eles respondem as perguntas. Qual foi a sua pergunta? Cuidado eles nunca erram... – ela me olhou séria.
-Isso... Nada não fiz pergunta alguma. – peguei os dados novamente da mão dela. - E qual foi a sua pergunta , em?
- Quantos dias eu ainda tinha como líder, e quem me substituiria. . . - seus olhos castanhos emanavam medo, ela recitou umas falas que eu não entendi muito bem.
- Que?- foi tudo que eu disse
- Você tem dois dias para aprender os feitiços de cura, obediência, proteção, entre outros. - ela falou segurando um livro grande e antigo. Ela foliou outras paginas e recitou outro feitiço – este vai ser muito útil. Ele é de cura, com ele você pode pedir a Deus que cure uma pessoa ou mate-a... Ele se chama julgamento. Ele só pode ser usado por um líder então aprenda bem. Este é o único livro de todo o mundo. Ele contém todos os segredos das bruxas “boas” - ela criou um parênteses no ar antes de continuar falando.
- Nós, as bruxas boas, não matamos e não negociamos vidas. –ela parou por alguns segundos, como se estivesse muito cansada .
- Me ajude, por que te
Acordei rápido e logo me levantei, estava deitada em uma cama de casal com lençóis de seda macia. Estava em um quarto completamente lindo, saí do quarto e fui procurar Louis, agora eu me lembrava bem de como o conheci e como ele era maravilhoso comigo. Só queria abraça-lo e fugir junto com ele. Encontrei uma porta no fim do corredor ela estava entreaberta, a abri lentamente. Mas antes que eu passasse por ela ouvi a voz da minha mãe não tão querida .
– Ela é a herdeira do trono e tem que ficar aqui, se não ela perde os poderes e a juventude também. – tremi ao ouvi minha mãe falar, ela nem percebeu que eu estava ouvindo feito uma enxerida do outro lado da porta.
- Quanto tempo ainda temos até o seu fim? - ouvi outra mulher que falava com minha mãe.
– Temos 2 dias até a transformação final. Ela está completa – sem querer me apoiei demais na porta que se abriu e eu cai dentro da sala, todos me olhavam assustados. Senti-me envergonhada demais para levantar do chão. – Olá, como estão?-perguntei ainda deitada de cara no chão. Minha mãe fez cara de reprovação enquanto a mulher tentava me erguer do chão.
- Estou bem, você deveria estar dormindo. Agora volte para o seu quarto. - sua voz alta estava triste e chorosa.
- Você vai morrer?- fui direta e cruel
- Sim, provavelmente amanhã - a mulher se meteu no assunto e me respondeu rápida.
- Ok, não era necessário. Eu podia falar para ela. - minha mãe falou antes de sentar na cadeira atrás da mesa. Ela pegou pequenos dados e ficou jogando-os para o alto, eles sempre paravam no mesmo lugar, um perto dela e outro rolava até mim. O que ficava perto dela mostrava o numero 2 e o que ficava perto de mim mostrava o lado vazio. Eu fui para o lado da minha mãe e quando ela tacou novamente o dado eles se alinharam em nossa direção com os mesmos números. Já não aguentava mais, peguei os dados. Eles se chacoalharam na minha mão, me assustei e os larguei. Eles flutuaram por alguns segundos até minha mãe os pegar no ar.
– Eles respondem as perguntas. Qual foi a sua pergunta? Cuidado eles nunca erram... – ela me olhou séria.
-Isso... Nada não fiz pergunta alguma. – peguei os dados novamente da mão dela. - E qual foi a sua pergunta , em?
- Quantos dias eu ainda tinha como líder, e quem me substituiria. . . - seus olhos castanhos emanavam medo, ela recitou umas falas que eu não entendi muito bem.
- Que?- foi tudo que eu disse
- Você tem dois dias para aprender os feitiços de cura, obediência, proteção, entre outros. - ela falou segurando um livro grande e antigo. Ela foliou outras paginas e recitou outro feitiço – este vai ser muito útil. Ele é de cura, com ele você pode pedir a Deus que cure uma pessoa ou mate-a... Ele se chama julgamento. Ele só pode ser usado por um líder então aprenda bem. Este é o único livro de todo o mundo. Ele contém todos os segredos das bruxas “boas” - ela criou um parênteses no ar antes de continuar falando.
- Nós, as bruxas boas, não matamos e não negociamos vidas. –ela parou por alguns segundos, como se estivesse muito cansada .
- Me ajude, por que tem que ser eu? Porque eu? – me virei para sair da sala ainda com os dados nas mãos.
- Porque você é uma filha mista, a única em muito tempo. - sua voz triste e solitária ecoou na sala - Bom, jogue o dado... Ele vai dizer quem é você.
- Vou voltar para o meu quarto – não queria nada disso, só queria poder fugir.
- Não, fique. Eu preciso de você – ela parecia desolada. - Vamos fazer assim, eu deixo você ver e falar com seus amigos. Não vou te prender mais. Tudo bem?-seu sorriso pequeno surgiu e de repente eu também estava sorrindo.
- Tá, tudo bem, é serio que você tentou matar Louis? – falei ao ver minhas lembranças
- Bom, ele queria me matar... – sua cara era de surpresa por estarmos conversando amigavelmente.
- A verdade é que ele só queria me ver, você disse que só por cima do seu cadáver. Ai, bom ele é bem objetivo. - falei entra risadas. Nossas gargalhadas eram doces e sinceras.
-Tá bom, tá bom. Até deixo você “ficar” com ele – sua voz era doce e leve
- Ok. Posso ir falar com ele?- falei
- Sim, mas, por favor, não vá até ele até que você seja a líder espere até eu morrer –falou ainda com um sorriso no rosto.
- Agora vamos treinar? Feitiços? Coisa... Sabe – continuo sorrindo enquanto ela fala.
- Sim, mas eu quero os dados. – falei pegando os dados de sua mão, que fez careta e me deixou pega-los .
Dois segundos, foi o tempo que sacolejei os dados pensei em e em Hanna, e como elas estão. Taquei-os para cima, e quando eles caíram tudo parecia normal, mas ao invés de números, vi um espelho que refletia elas.
- Gostou? - perguntou Iven (minha mãe, este é o nome dela).
- Nossa, você tá louca? –perguntei já querendo tacar os dados novamente
- Ok. Pode usar. Bom, vamos treinar?-sua voz lindamente chata ME ACORDOU DO MEU TRANSE .
Passado duas horas, já estava extremamente cansada. Como era chato e enjoativo isso. Meu corpo todo doía. Senti minhas mãos pesarem.
- Posso ir para o quarto?- me esforcei para dizer.
- Pode – falou gargalhando da minha cara.
Arrastei-me até o quarto, tudo tão lindo e tão calmo. Joguei-me na cama tranquilamente. Depois de um tempo dormindo fui acordada por uma batidinha na janela.
- acorda, ... - falou ou sussurrou Louis
- Hã? – soltei baixo ao notar que não podia ignorar seu chamado. - Já vou – me levantei rápido, e sai em direção a janela. Abri.
- Obrigado – falou Louis pulando a janela.
- Como esta e Hanna? – perguntei agarrando seu braço.
- Calma mocinha. Obrigada por vir me salvar seria o suficiente – falou ele se desprendendo de minhas mãos.
- Não, eu tenho que ficar aqui. Com a minha mãe, até... Bom, por um tempo.- falei rápido
- Mais? – exclamou Louis
- Não, não, nem me olha assim. Eu tenho que ficar, depois eu volto com você. - falei abraçando ele devagar.
- Que abraço gostoso e nada cruel, você recuperou a memória?- sua voz delicada nada condizente com os últimos dias.
- Sim, isso te deixa triste?- falei rindo.
Continua...
1 comentários:
OMG, perfeito to viciada, a fic é linda e a história impressionante to muito ansiosa para a próxima att. Parabéns